segunda-feira, 16 de maio de 2011

2.920 dias...





Hoje tava visitando uns blogs de gente que nem faço idéia de quem seja e me deparei com um que adorei. Ela citou um filme que assisti semana passada depois de um looongo tempo desejando ter tempo para fazê-lo. O filme é 500 dias com ela ((500) Days of Summer). Acho bem engraçada e realista a forma com a qual o locutor vai descrevendo a história “ Esta é uma história sobre um rapaz que conhece uma garota”... E não muito depois ele finaliza dum jeito inesperado “ Mas não se enganem. Essa não é uma história de amor... É apenas uma história de um rapaz que conheceu uma garota”...

Me reconheci nessa frase, em ordem inversa óbvio (não muito óbvio no meu caso, mas enfim...)

Quase 10 anos atrás quando comecei a freqüentar um determinado local comecei também a viver. No sentido mais literal possível da palavra. Ali tive meus dias de glória e fracasso, amei meu maior amor, chorei minha pior dor, bebi uns rios de vodka, e oceanos de água com gás pra curar ressaca, passei dias em êxtase e meses em depressão... Exatamente nessa ordem!
Uma certa noite:

F: _ Porraaa, você já ficou com todos os meus amigos. Porque não eu?
Eu: _Porque você é casado, eu acho... E tipo... Você não me atrai em nada. A começar pelo fato que você traí sua mulher! Ow...
6 meses depois:
F: _ Mô você vai dormir aqui hoje?

Fudeu! Tanta birra praquê?

Ele separou de lá e nós “juntamos” de cá.
Tudo meio louco e nunca durava mais que 3 meses. Quando a coisa engatava eu ia viajar, morar n’outro canto, dar pr’ outra pessoa... Eu era alérgica a relacionamentos, a bafo na cara de manhã cedo e cueca pendurada no registro do chuveiro, até que me aparece esta criatura e me fez passar anosss divida entre meus quereres e meus desejares, se é que vocês me entendem!

Numa dessas fugas pra não cair na rotina (a pior das minhas alergias) um outro covardão (em breve entenderão o que digo) me deu uma estrela de presente. E sem saber que esperava o brilho maior da vida brotar de mim, voltei decida e movida por um pedido DELE a aceitar o meu querer e uni-lo ao meu desejar e dedicar tudo isso a ele. Sem partilhas, sem fugas, sem fodas extra-conjugais. Durou 3 meses. E não! Eu não fugi! Pelo contrário; foi quando eu mais QUIS e PRECISEI ficar! Mas pra ele não deu! A luz que brilharia pra mim já ofuscava sua “macheza” e outrora cegava seu ego!

...

E mais uma vez sem ponto final, sem um ‘até breve’, um ‘a gente se vê’ ou um ‘me desculpa, eu não consegui ’ .

E hoje depois de mais uma frustrada tentativa (Sim, fui burra o suficiente para tentar novamente!), fico então perplexa diante das minhas contas, pois notei que havia inutilizado 2.920 dias da minha existência!!!

Perdi 2.920 possibilidades de amores, 2.920 dias de diversão e entrega. Contei meu dias como débitos de uma vida, como os que não tive ou desperdicei. Deixei de viver 2.920 dias e pasmem: hoje sinto-me renovada!!! Sim, pois se não os vivi obviamente não envelheci e é fato que se os tivesse vivido, hoje eu seria uma maracujá murcho porque ELE continua a causar-me rugas!

O moço do filme depois de ter VIVIDO os seus 500 dias achou que os havia desperdiçado até que chegado o fim ele percebeu que isto nada mais era do que um novo começo.

Pois bem, não sei quando e muito menos se terei um recomeço, um dia n°1 novamente... Mas aguardo ansiosa pra VIVER 156.896.453.139.745.125.345... de dias felizes!!!

Torçam por mim!

“O coração, se pudesse pensar, pararia.” (Fernando Pessoa)

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